O DESPREPARO CONDUZ À MORTE. APRENDA COM O MESTRE DA SOBREVIVÊNCIA
Principais cursos realizados: 1. Operações Especiais de Polícia – EUA. 2. Proteção de Autoridade – EUA. 3. Técnicas de Inteligência – Academia Nacional de Inteligência – EUA. 4. Tolerância Zero – Universidade Metropolitana da Flórida – EUA. 5. Gestão e Planejamento de Recursos de Defesa – Universidade Nacional de Defesa – EUA. 6. Avançado de Terrorismo e Contrainsurgência – Universidade Nacional de Defesa – EUA. 7. Entendendo o Terrorismo e as Ameaças Terroristas – University of Maryland – Maryland – EUA. 8. Terrorismo e Contraterrorismo: Comparando Teoria e Prática – University of Leiden- Holanda. 9. Leis Internacionais de Direitos Humanos: Perspectivas e Desafios – University of Duke – EUA. 10. Introdução a Genética do Comportamento Humano – University of Minnesota – EUA.
Marcello D'Victor
2/7/20256 min read


notícias Marcello D’Victor
Associado à Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj)
Pretérito da Associação Brasileira de Jornalistas (ABJ)
Voz do Contribuinte
06 – 07– 2025
Com uma carreira dedicada à formação em técnicas de sobrevivência, o servidor público federal, Jori Dolvim Dantas, traz à tona lições extraídas de programas renomados, como os oferecidos pela National Outdoor Leadership School (NOLS) e pelo U.S. Army Survival Training, que enfatizam a preparação física, mental e logística para enfrentar adversidades em ambientes hostis. Suas recomendações incluem o uso de kits de sobrevivência meticulosamente planejados, contendo itens como cobertores térmicos, sinalizadores e ferramentas multifuncionais, que poderiam mitigar riscos em situações de emergência. A relevância de tais práticas transcende o âmbito individual, alcançando a juventude e adultos que, cada vez mais, buscam experiências de imersão na natureza, muitas vezes subestimando os perigos inerentes. Como apontado por especialistas em Risk Management in Outdoor and Adventure Programs (Attarian, 2012), a falta de preparo e infraestrutura inadequada são fatores críticos em acidentes em trilhas, reforçando a necessidade de educação preventiva.
Além disso, o mercado global de equipamentos e treinamentos de sobrevivência, avaliado em bilhões de dólares, reflete a crescente demanda por segurança em atividades ao ar livre. Segundo a Outdoor Industry Association, o setor de aventura e equipamentos outdoor movimentou cerca de US$ 900 bilhões em 2024, com uma projeção de crescimento contínuo, impulsionado por uma geração que valoriza experiências autênticas, mas que precisa estar equipada para enfrentar os desafios da natureza. Nesta entrevista, o Coronel Dantas desvenda as táticas que podem salvar vidas, discute a importância de uma mentalidade resiliente e destaca como a preparação adequada é não apenas uma questão de sobrevivência, mas um investimento na preservação da vida em um mundo onde a aventura e o risco caminham lado a lado.
Veja a entrevista na íntegra com o especialista em sobrevivência, também Coronel do Exército Brasileiro, Jori Dolvim Dantas.
1. Quais são as habilidades essenciais de sobrevivência que praticantes de atividades Outdoor devem dominar antes de se aventurarem em diferentes biomas, considerando casos como o de Juliana Marins, que faleceu no vulcão Rinjani por falta de preparo?
R. Na verdade, essa pergunta é bastante genérica, mas certas atividades outdoor, como uma trilha de acesso ao cume de um vulcão, requerem experiência, planejamento, preparação e responsabilidade. Um praticante que se aventura a desafiar um obstáculo como a trilha do vulcão Rinjani deve ter, em sua bagagem, conhecimentos específicos como orientação, navegação, consequências do ar rarefeito nessa altitude, calçados e vestimentas adequados, água e alimentos e, principalmente, equipamentos de sobrevivência.
2. Como identificar e priorizar as necessidades básicas (água, abrigo, fogo, alimento) em diferentes biomas para evitar situações fatais?
R. Veja o que respondi na pergunta anterior. O planejamento é fundamental porque, por meio dele, identifico as necessidades inerentes a cada bioma. Por exemplo: se vou fazer uma trilha no Pantanal ou na selva Amazônica, não devo me preocupar com a falta de água, pois lá ela é abundante. Porém, se estiver na Caatinga ou no Cerrado, essa questão pode ser de vida ou morte.
3. Quais itens indispensáveis devem compor um kit de sobrevivência básico?
R. Isso depende especificamente do bioma ou da área onde vou atuar. Por exemplo: se vou para uma montanha coberta de gelo, não necessito de um facão, mas, na selva Amazônica, ele é imprescindível. Então, basicamente, um kit deve conter itens de corte/ferramentas, itens para obtenção de fogo, itens de coleta, filtração e desinfecção da água, itens de abrigo e amarrações, itens de orientação e navegação, itens de primeiros socorros, itens de higiene pessoal, entre outros.
4. Como avaliar a qualidade e a confiabilidade dos guias locais em expedições, considerando que o guia de Juliana Marins não conseguiu evitar a tragédia?
R. Esse assunto é preocupante. Normalmente, as empresas que vendem esses pacotes turísticos estão preocupadas somente com o lucro. Posso estar errado, mas o guia da Juliana estava desprovido de equipamentos de escalada, rede de comunicação, material de primeiros socorros, vestimentas adequadas, plano de evacuação e ética profissional, entre outros. Contudo, a culpa não é somente dele. A administração do parque e diversos órgãos governamentais da Indonésia foram omissos.
5. Quais são as técnicas mais eficazes para encontrar e purificar a água em ambientes hostis, onde a desidratação é um risco constante?
R. Antes, gostaria de dizer que o termo “água purificada” para consumo não é adequado. Prefiro chamá-la de “água desinfetada”, pois água purificada é aquela obtida por destilação, ou seja, é composta apenas por H₂O, sem minerais, e não serve para consumo humano. A água potável retirada de filtros, poços ou nascentes limpas contém microrganismos inofensivos e minerais como cálcio, fosfato, magnésio, potássio, entre outros. Respondendo à pergunta, existem três técnicas de filtração e desinfecção da água: fervura, química (cloro, iodo, água sanitária) e raios UV. Por isso, recomendo que, ao beber água de qualquer área ou bioma, se utilize uma dessas técnicas. Beber água não tratada pode causar infecção por vírus, bactérias ou parasitas, levando à diarreia ou disenteria, que intensificam a desidratação. Imagine ter esse diagnóstico em uma área com escassez de água? Morte certa, se não for socorrido!
6. Como o uso de tecnologias modernas como o GPS, rastreadores pessoais e outros dispositivos de comunicação via satélite pode prevenir desfechos trágicos em aventuras outdoor?
R. Eu, particularmente, não tenho coragem de sair de casa para uma atividade outdoor sem levar meu kit de sobrevivência, que inclui um GPS, um SPOT, uma bússola, um celular e, se possível, uma carta ou mapa da região.
7. Como planejar rotas e estudar as condições de segurança de um bioma, como o do vulcão Rinjani, na Indonésia, antes de uma expedição?
R. Esse assunto é ensinado minuciosamente durante nossos cursos de sobrevivência voltados para órgãos governamentais, empresas de turismo, guias de expedições e praticantes de atividades outdoor. Basicamente, o planejamento é concluído após um detalhado levantamento de vários aspectos ambientais: reconhecimento da área, estudo do terreno, equipamentos necessários, logística de apoio, entre outros. É claro que, para cada aspecto citado, existem dezenas de subitens.
8. Quais são os erros comuns cometidos por iniciantes em expedições ao ar livre, que potencializam a situação de risco?
R. Vestimentas, equipamentos e materiais inadequados. Por exemplo: veja o que a jovem Juliana estava vestindo e calçando na trilha do vulcão! Juliana estaria viva hoje se, em sua mochila, tivesse um cobertor térmico de alumínio, um aquecedor corporal e uma garrafa d’água. Os dois primeiros são tão pequenos e leves que cabem no bolso de uma camisa. Porém, nossa belíssima jovem estava totalmente despreparada para aquela trilha. Faltou um kit de sobrevivência, por mais simples que fosse.
9. Quais são os sinais de alerta que jovens aventureiros devem observar no ambiente ou em si mesmos para evitarem situações de risco, como as enfrentadas por Juliana Marins?
R. Quando Juliana resolveu sentar e permitir que o grupo prosseguisse sem ela, com certeza, já estava exausta, fatigada, esgotada! Provavelmente, estava prejudicando o ritmo planejado pelo guia para a execução da trilha. Ou seja, um sinal de despreparo físico e, quem sabe, até emocional. O clima de montanha, além de muito instável, torna-se mais frio a cada passo. Imagine-se a 3.700 metros sem roupa adequada e sendo consumido pela exaustão!
10. Qual o custo médio de um kit de sobrevivência?
R. Depende de vários fatores, como tipo, marca, qualidade, quantidade de material, área provável de emprego, finalidade etc. O que importa é a resposta eficaz e eficiente que o kit pode proporcionar no momento do uso. É claro que alguns equipamentos, como um GPS da Garmin, podem acrescentar mais de R$ 4.000,00 ao investimento. Contudo, ele pode ser substituído por um celular (quando houver sinal) ou por uma carta geográfica. Eu gosto sempre de perguntar: quanto vale a sua vida? Invista pensando nisso!
Fique atento ao precedente
Em um mundo onde a busca por aventuras em ambientes extremos cresce exponencialmente, a tragédia de Juliana Marins, jovem brasileira de 26 anos que perdeu a vida em 2025 após uma queda fatal no vulcão Rinjani, na Indonésia, reacende um debate urgente sobre a preparação para atividades de alto risco. O Monte Rinjani, com seus 3.726 metros de altitude e terreno traiçoeiro, já registrou, desde 2020, 190 acidentes, incluindo 9 mortes e 180 feridos, segundo dados do Parque Nacional do Monte Rinjani. Casos como o de um montanhista malaio em maio de 2025 e um jovem israelense em 2022 ilustram a recorrência de incidentes fatais nesse destino, apontando para a necessidade de uma abordagem técnica e profissional à segurança em trilhas. É nesse contexto que o Coronel Jori Dolvim Dantas, com sua expertise forjada em cursos de segurança nos Estados Unidos, emerge como uma voz autoritativa, oferecendo conhecimentos táticos e estratégias de sobrevivência que poderiam ter alterado o desfecho de tragédias como a de Juliana.
(Exclusividade)