A SAÍDA DE CENA: QUANDO O GUARDIÃO DA LEI ABRAÇA O PALCO POLÍTICO

O desgaste é palpável. Críticas de bolsonaristas, como as postadas em X (antigo Twitter) atribuindo sua saída à "atuação de Eduardo nos EUA", ou as de usuários como @rodrigomarcial_, que clamam por impeachment, ecoam um consenso: Barroso personificou o "fim do pudor" dos ministros em atuar politicamente, como analisado na Gazeta do Povo em 2023. Seu desvio de conduta – partidarismo disfarçado de erudição – não apenas minou a credibilidade do STF, mas perpetuou um ciclo vicioso: decisões que beneficiam a criminalidade, como a soltura de André do Rap, enquanto vozes conservadoras são silenciadas. Em 1984, de George Orwell (1949), o Partido reescreve a história para se perpetuar; aqui, o STF, com Barroso à frente, reescreveu a Constituição para se eternizar como árbitro ideológico.

Marcello D'Victor

10/10/20254 min read

Em uma quinta-feira outonal de 2025, o Supremo Tribunal Federal (STF) testemunhou não uma decisão judicial lapidar, mas um epílogo melancólico: Luís Roberto Barroso, aos 67 anos, anunciou sua aposentadoria antecipada, oito anos antes do compasso constitucional que o obrigaria a pendurar a toga em 2033. Não foi um adeus sereno, ecoando a sabedoria de um magistrado que, como o juiz implacável de O Julgamento de Nuremberg (1961), de Stanley Kramer, priorizasse a justiça sobre as paixões do momento. Ao contrário, soou como o recuo estratégico de um ator principal que, tendo esgotado os aplausos da plateia ideológica, opta por sair de cena antes que os vaias se tornem ensurdecedores. Barroso, outrora jurista respeitado, transformou-se em símbolo de um Judiciário que, em nome da "defesa da democracia", devorou sua própria imparcialidade, dividindo o país como uma ferida supurante e, pior, pavimentando caminhos para a impunidade que beneficia o crime organizado.

Recordemos: Barroso não foi mero espectador das tormentas nacionais; ele as orquestrou. Indicado por Dilma Rousseff em 2013, seu mandato foi uma sinfonia de ativismo judicial que ecoa as críticas de autores como Aleksandr Soljenítsin em Arquipélago Gulag (1973), onde o Estado, sob pretexto de superioridade moral, justifica desvios éticos em nome de uma "causa maior". Alinhado à esquerda progressista, Barroso não hesitou em sobrepor sua agenda política à toga, dividindo o Brasil em guetos ideológicos: de um lado, os "democratas" que aplaudem decisões que enfraquecem a segurança pública; do outro, os cidadãos comuns, reféns de um sistema que libera bandidos enquanto cerceia vozes dissidentes. Em 2023, durante o 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), bastião histórico da esquerda, Barroso foi vaiado por bolsonaristas infiltrados. Sua resposta? Um arroubo de triunfo: "Nós derrotamos o bolsonarismo". E, evocando o infame episódio de Nova York em 2022, onde rebateu uma manifestante com o coloquial "Perdeu, mané, não amola", ele não apenas menosprezou o contraditório, mas cristalizou o partidarismo como moeda corrente. Como em O Grande Gatsby (1925), de F. Scott Fitzgerald, onde o narrador Nick Carraway observa a corrupção moral dos privilegiados, Barroso, do alto de sua cátedra, tratou o dissenso como relíquia de perdedores, ignorando que a verdadeira derrota é a erosão da unidade nacional.

Mas o veneno mais letal reside em suas omissões – ou cumplicidades – frente à criminalidade. O caso André do Rap, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), é o emblema dessa tragédia. Em outubro de 2020, o STF, sob a influência de interpretações laxistas da Lei Anticrime, liberou o traficante condenado por homicídios e tráfico, que fugiu logo após a decisão monocrática de Marco Aurélio Mello. Barroso, então, não apenas "presenciou" a soltura – como se fosse um observador neutro –, mas integrou a Segunda Turma que, em referendo, tentou corrigir o erro, votando pela prisão. No entanto, sua crítica tardia ao episódio, admitindo que revelava um "equívoco" na regra da prisão em segunda instância, soa como o mea-culpa de um cúmplice que chega tarde demais. O dano estava feito: André do Rap, autor de um império do terror nas favelas, reapareceu como fantasma da impunidade, beneficiado por uma Corte que prioriza formalismos jurídicos sobre a segurança das ruas. Como denuncia o artigo "De quem é a culpa pela libertação do traficante" na Gazeta do Povo, tal decisão não foi acidente, mas sintoma de um STF que, sob Barroso, defendeu pautas que indiretamente fortaleceram o crime organizado – da flexibilização de prisões preventivas à relutância em endurecer penas para facções.

Essa deriva partidarista não é isolada; é um padrão devastador. Barroso, em discursos como o de janeiro de 2025 sobre os atos de 8 de janeiro, apontou a "mentira como instrumento político naturalizado", mas esqueceu de espelhar-se: suas próprias intervenções, como a crítica ao "bolsonarismo" em eventos da UNE, ou a defesa de um "ativismo judicial" que ele mesmo chamou de "mito" em entrevista ao Estadão, revelam um juiz que trocou a balança da Justiça pelo megafone da militância. Lembremo-nos de Serena (2014), romance de Ron Rash, onde o protagonista, um visionário implacável, destrói tudo em nome de sua utopia: Barroso, com sua retórica "democrática", dividiu o país, alimentando polarizações que, como alerta o filósofo Jürgen Habermas em Teoria da Ação Comunicativa (1981), corroem o tecido social ao substituir o diálogo pela dominação ideológica.

O desgaste é palpável. Críticas de bolsonaristas, como as postadas em X (antigo Twitter) atribuindo sua saída à "atuação de Eduardo nos EUA", ou as de usuários como @rodrigomarcial_, que clamam por impeachment, ecoam um consenso: Barroso personificou o "fim do pudor" dos ministros em atuar politicamente, como analisado na Gazeta do Povo em 2023. Seu desvio de conduta – partidarismo disfarçado de erudição – não apenas minou a credibilidade do STF, mas perpetuou um ciclo vicioso: decisões que beneficiam a criminalidade, como a soltura de André do Rap, enquanto vozes conservadoras são silenciadas. Em 1984, de George Orwell (1949), o Partido reescreve a história para se perpetuar; aqui, o STF, com Barroso à frente, reescreveu a Constituição para se eternizar como árbitro ideológico.

Por que, então, sua aposentadoria é um alívio inevitável? Porque, como em O Poderoso Chefão (1972), de Francis Ford Coppola, onde Michael Corleone assume o legado familiar com relutância fatal, Barroso carregou o fardo de um Judiciário capturado pela esquerda, deixando um rastro de divisão e desconfiança. Sua saída abre uma vaga que Lula preencherá – nomes como Jorge Messias circulam como favoritos, prometendo mais do mesmo. Mas o leitor perspicaz percebe: não há escapatória sem reforma radical. A tese é inescapável, fatal em sua lógica: Barroso não foi guardião da lei, mas seu carrasco voluntário. Sua aposentadoria não redime; ela confirma. O Brasil, ferido mas resiliente, merece juízes que unam, não dividam; que julguem, não militam. Qualquer outro caminho é ilusão – e ilusões, como ensina Fitzgerald, levam ao abismo. Que esta saída marque o fim de uma era tóxica, e o alvorecer de uma Justiça verdadeiramente cega à ideologia, mas vigilante à verdade.

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